terça-feira, 19 de maio de 2015


Expresso todo o meu sentimento pela grande perda de Antonio Abujamra, ator, apresentador, diretor de teatro (foi um dos primeiros a introduzir os métodos de Bertolt Brecht e Roger Planchon no teatro brasileiro). Pessoa de cultura extraordinária e irreverente como o programa Provocações que apresentava na TV Cultura, imperdível, em que o telespectador merecia sentar em frente à TV e ver algo que realmente merecia e valia a pena ser visto na televisão. Obrigado por ensinar muita gente a descobrir, a pensar, a refletir, a enxergar, a ironizar tabus sociais e aprender a tirar a máscara da hipocrisia, a entender os fatos e até “se divertir com o nada”, e isto era Provocações. Que troquem o nome se o programa continuar, porque provocações era você, grande Abu, insubstituível. 
Jaime Baghá  - “O que é a vida?”.


Eu sou Mefistófeles. Mefistófoles!
É, o diabo e todos vocês são Faustos. Faustos, os que vendem a alma ao diabo.

Tudo é vaidade nesse mundo vão, tudo é tristeza, tudo é pó é nada, quem acredita em sonhos é porque já tem a alma morta. O mal da vida cabe entre nossos braços e abraços, mas eu não sou exatamente o que vocês pensam, eu não sou exatamente o que as igrejas pensam, as igrejas abominam-me.

Deus me criou para que eu o imitasse de noite. Ele é o sol eu sou a lua, a minha luz paira tudo quanto é fútil, margens de rio, pântanos, sombras. Quantas vezes vocês viram passar uma figura velada, rápida? Figura que te daria toda a felicidade, figura que te beijaria indeferidamente.

Era eu, sou eu. Eu sou aquele que sempre procuraste e nunca poderás achar. Os problemas que atormentam os homens são os mesmos problemas que atormentam os deuses. Quantas vezes Deus me disse citando João Cabral de Melo Neto: “Ai de mim, ai de mim.” Quem sou eu? Quantas vezes Deus me disse: “Meu irmão, eu não sei quem eu sou”. 

Senhores venham até mim, venham até mim, venham!. Eu os deixarem em rodopios fascinantes, uivos castéus e nas trevas, nas trevas vocês verão todo o esplendor.


De que adianta vocês viverem em casa como vocês vivem, de que adianta pagar as contas no fim do mês, religiosamente, as contas de luz, gás, telefone, condomínio, IPTU. 


Todos vocês são Faustos. Venham, eu os arrastarei por uma vida bem selvagem, através de uma rasa e vã mediocridade que é o que vocês merecem. 


As suas bem humanas insaciabilidade terão lábios, manjares, bebidas… É difícil encontrar quem não queira vender a sua alma ao diabo. 
As últimas palavras de Goethe*, ao morrer, foram: “Luz… Luz, mais luz!”

(Provocações, Antonio Abujamra).
*Goethe (1749-1832) foi um escritor alemão e pensador que também incursionou pelo campo da ciência. Como escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX.


segunda-feira, 11 de maio de 2015

Picasso - Massacre na Coreia
OS HOMENS DO NORTE

Dizem que os americanos são os verdadeiros terroristas, invadindo países, roubando através do seu sistema econômico e financiando ditaduras cruéis para tirar proveito, a mídia comparsa diz que é mentira dos comunistas, do Wikileaks, que o Tio Sam é o grande irmão, protetor dos países pobres até de uma invasão alienígena. Por isso não se incomode quando ele e o FMI (que é o mesmo), mandar seu país “fazer a lição de casa” ou for chamado de quintal. Em 2013 o senador americano John Kerry, reforçou em um discurso que os EUA têm que fortalecer a Doutrina Monroe para fortalecer os seus interesses do quintal, usando exatamente este termo.

Nascemos vendo filmes americanos, músicas americana, moda americana, gostamos de dizer muito yes, yes, ok e my Love. Nada de boteco com pasteis, coxinha, torresmo ou um virado, bom mesmo é ir aos fast-foods, comida americana, aqueles bigs hambúrgueres, snacks, french fries e um copão de coca-cola com um cake ou um muffin.

Vimos os americanos todos os dias, na TV, no cinema com seu mundo maravilhoso, desde menino, todos os domingos nós íamos a matinê ver o Johnn Wayne matar índios. Hoje vemos outros “heróis” americanos matando árabes, chineses, russos, latinos e negros estrangeiros como Patrice Lumumba, Saro-Wiwa, americanos como Martin Luther King, um cidadão comum como o adolescente Michael Brown de Ferguson ou qualquer um que discorde dos seus interesses.

O pessoal fala da invasão aos países árabes, mas nossos noticiários dizem que são para proteger o mundo dos fundamentalistas muçulmanos, estes mesmos que estão aqui no Brasil desde o descobrimento. Nossa fronteira é cheia de árabes e turcos com suas lojas, nunca atacaram ninguém, nunca saíram em nenhum noticiário por cometerem crimes, mas os americanos dizem que eles são perigosos, vá que de repente eles comecem a colocar cintos de bombas, temos que chamar os Seals ou o pessoal da Academy os rambos da Blackwater, estes não dão moleza, matam como se tivesse numa festa. Fundamentalistas talvez sejam os “religiosos” que estão por detrás de todas as guerras e ainda comem nossas criancinhas.

É certo que a política americana é muito diferente daqueles valores que eles defendem, mas numa invasão americana não existe valores ou piedade, e nisso o Tio Sam é bom e tem muitas armas, e americano bom é americano armado, como diz o Charlton Heston. Se precisar o tiroteio começa na mais tenra idade, volta e meia tem um garoto americano com sangue de guerra nas veias, atira na turma toda da escola só para treinar. Antes eles treinavam (e os policiais ainda treinam) nos negros, e para se divertir penduravam os negros pelo pescoço em árvores como estranhas frutas, Strange Fruit”, até virou poema cantado por Billie Holiday.

Americano não da moleza mesmo, seus grupos são organizados como a Ku Klux Klan e hoje tem o Tea Party, branca, cristã e conservadora, para defender os interesses dos “cidadãos de bem”, formado por aquele que é o mais legal dos americanos, gordo, sardento, conservador e racista, sempre pronto para chutar o traseiro gordo de alguém, principalmente alguém de outra etnia, isto é que é exemplo de patriotismo, e os ciumentos e os comunistas os chamam de racistas?

Nas guerras ou nas invasões, americano não ataca com bombinhas traques que temos aqui, eles tem bombas nucleares, de nêutrons, XM 982 Excalibur, bombas Termobárica, Sensor Fuzed, metralhadora Metal Storm, sentiram o poder só no nome? Têm tanques, facas de todos os tipos, óculos para enxergar no escuro, bombas químicas que mata só com o cheiro, isto é que é tecnologia agora nem precisam mais de aviões, tem os drones não tripulados que não erra na mira e também não distinguem civis, se o Drone é americano, não adianta os caluniadores dizerem que eles são usados equivocadamente, que deveriam seguir leis internacionais. No Afeganistão, no Iêmen, Iraque, Líbia, Somália, Paquistão, Gaza, ou qualquer outro lugar que os Americanos acharem que tem terrorista, Drones neles, é a nossa polícia global em ação, e guerra é guerra. Tio Sam esta sempre defendendo “uma causa justa”, não importa que um só lado esteja fazendo guerra, todos nós sabemos que quando americano briga, só tem um lado que ganha, eles, isto é que é povo valente, o resto pura fofoca comunista, dizem os vende pátria.

Viram o Iraque que destruição, não pouparam nada, museu, hospital, escola, residências, mesquita, foi tudo pra bala, de crianças a velhos, quem mandou eles ficarem com fama de ter armas químicas ou de destruição em massa, mas isto é só um detalhe, já serviu para educar esta gente e dizer quem manda, Sadan poderia ameaçar nosso mundo civilizado, já pensou que exemplo de violência ele dava para nossas grandes cidades como Rio e São Paulo, agora até o petróleo dele é dos americanos. Bush e Dick Chenney com seus materiais bélicos lucraram muito, e transformaram o Iraque no mais perigoso estado do mundo, um verdadeiro inferno.

Não viram o bombardeio de Belgrado, chegou a passar ao vivo pela televisão, que coisa fantástica, aquele monte de civis mortos. Os “heróis” americanos através da OTAN defendendo Kosovo e os Russos caluniando dizendo que eles estavam levando a NATO-Nort Atlantic Treaty Organization (a mesma OTAN), até as fronteiras da Rússia e o objetivo a Eurásia e toda a sua riqueza. Mas fomos criados e doutrinados para ter medo dos russos, então eles não tem razão, apesar da crítica e a vergonha do embaixador americano em Moscou, Jack Matlock que participou de todas as reuniões entre as superpotências. Entre elas a Cúpula de Malta em 1989, onde Bush (pai) e Gorbatchov selaram um acordo, o qual a Otan não levaria suas fronteiras até a Rússia. Mentira e traição Americana e da Otan com a cumplicidade da Europa, novamente (ou nunca deixou de ser), racista, branca, cristã e autoritária. Estão traindo um acordo assinado e subestimando uma potência como a Rússia, e isto pode ser algo muito perigoso para um conflito, até de proporções mundiais.

São calúnias como a guerras do Vietnã, que dizem que foi por motivos banais, se fosse banal os americanos não usariam aquele monte de bombas de napalm, fritando crianças e civis. Vietnã era o final de uma época em que a política norte americana adorava matar orientais, como o quadro pintado por Picasso, “Massacre na Coréia” para denunciar a sangrenta invasão americana na Coréia.
 Em 1945 tivemos o holocausto nuclear com as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, o maior crime de guerra contra a humanidade (que ainda segue impune), que dizimou mais de 200 mil japoneses e até hoje continuam sofrendo os males da bomba. Apesar de grandes estrategistas de guerra desaconselharem o presidente a usar estas armas, propondo alternativas como um bloqueio marítimo. Harry Truman preferiu mostrar ao mundo o seu poder criminoso. E os comunistas os chamando de assassinos, o problema é que alguns estavam na linha de fogo e tudo não passou de “efeitos colaterais”, como diz o grande “sábio” imbecil e energúmeno Bush.

Porque morrem civis e crianças? Entendam o grande sábio americano George Bush e sua doutrina (a doutrina Bush), que diz: tudo é o “eixo do mal”, o “terror se responde com terror”, “guerra preventiva” para “a paz e segurança internacional”. Sua bela cartilha ainda tem outros termos que suaviza o horror, morte de civis é “dano colateral”, guerra suja é “guerra limpa”, invadir é “direito de intervir” e crime chama-se “força de manutenção de paz”, não é fantástico. Este é o verdadeiro líder americano e ainda se dá o luxo de ser sócio da família Bin Laden. Você comunista não gostou? O nosso capitão América vai lhe mandar para Cuba que é o seu lugar, mas precisamente para a prisão de Guantánamo, para você ficar bem próximo de Fidel.
O mesmo aconteceu na Líbia de Kadafi, que nunca foi um santo, mas controlava as tribos e hoje estão todos numa guerra civil que vai além das fronteiras, num verdadeiro banho de sangue contra civis. Pelo o que vimos a intenção não era combater terroristas, e sim criar muito mais ódio. Eis o defensor do sonho americano, o resto é “mentira’ Russa que em breve vão pagar caro, e já estão pagando, vão perder a Ucrânia, e seu fim, acabar de ser a potência regional euro-asiática. Nossa potência pesadelo americana esta jogando pesado para isso, esta com um ótimo parceiro, o Svoboda, partido neonazista ucraniano, xenófobos, racistas, anti-semitas e anti-Rússia, bem como nosso Tio Sam gosta.

Nosso querido Tio Sam vai desfilar pela Traceca (Transport Corridor Europa Cáucasus) e abocanhar as riquezas da Eurásia que tem mais petróleo e riquezas do que o golfo pérsico.  Vai se esbaldar nos “ãos”, Azerbaijão, Cazaquistão, Turcomenistão e o surrado Afeganistão, ou vocês acham que ele só queria caçar o Bin Laden (será que caçou?), para se mostrar como os justiceiros do planeta, engano meu amigo, americano é matreiro, isto foi só um pretexto para nossos heróis tomar conta do restante do planeta e nos todos virar um imenso quintal do grande irmão. Mas acho que ali, neste caminho percorrido por Marco Pólo tem um pretendente muito forte e muito interessado, a República Popular da China, uma superpotência, e nessa situação nossa capitão América, para tristeza dos vende pátrias e coxinhas tupiniquins, perde sua valentia, porque ele gosta de bater mesmo é em quem está fraco e agonizando, onde sua maravilhosa máquina de ilusão pode persuadir e causar um inferno interno, então ele aparece como uma epifania satânica, mostrando a catarse pela força.

Você pode perguntar por que Henri Kissinger, George Bush, Dick Cheney, Donald Rumsfeld e outros de menor expressão, mas criminosos iguais, não são julgados pelo Tribunal Penal Internacional, ou a Corte Internacional de Justiça? Ora meu amigo, os caras ganham até prêmio Nobel, você não vê nos filmes americanos, o herói depois de uma destruição brutal ficar parado com aquela boca torta, aquele olhar senil e distante tipo Stallone e aquela bandeira tremulando atrás dele. Tribunal de crime de guerra é para pé de chinelo tipo Milosevic, além do que, quem você pensa que manda nesses tribunais, o capitão América.

Agora, antes da força eles estão usando a sua mídia (como sempre), a internet e os livrinhos do professor Gene Sharp, uma cartilha para combater ditaduras e que esta sendo usada para desestabilizar qualquer governo que vai contra os seus interesses. Estes livros em 24 idiomas são distribuídos pela CIA a Ongs e fundações que se fazem passar por defensores da natureza, indígenas ou qualquer outro desamparado, mas seus verdadeiros objetivos é desestabilizar o país onde atuam. É um Mec-Usaid moderníssimo, dos tempos da web, mesmo porque tudo é uma grande teia. Depois disso você vai lembrar o quatro de julho, o Memorial Day e até procurar um peru para encher tuas tripas em dia de Ação de Graças e nosso Tio Sam terá orgulho de você colonizado.

Nossos queridos entreguistas brasileiros foram rápidos em 1964, leram bem a cartilha americana e já foram chamando o tio de Brother Sam, até o deslocamento militar americano para o Brasil ganhou o nome de operação Brother Sam e os nossos golpistas numa cessão harmoniosa iniciaram com o nome de Operação Popeye.

Toda a América Latina já teve as conspirações americanas como a “Operação Condor”, visando colocar ditadores violentos e assassinos no lugar de governos democraticamente eleitos, mas que não rezavam a cartilha do Tio Sam.
Aqui no Brasil não foi necessário, nossos sipaios gostam da tutelagem, das conveniências e como dizia o nosso aplle-polisher, nosso toady, nosso suck-ass, ou puxa-saco mor Juracy Magalhães: “O que é bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil”. Nosso querido Tio Sam tem provado e comprovado que a “ignorância é maravilhosa”, então viva o “american way of life” seu Macunaíma bobo.

Há, tenham muito cuidado, porque estes vende pátria estão querendo voltar, financiados pelos novos cidadãos Boilesen, como  o homem do catchup, o controlador da cerveja, o dono de supermercados, o banqueiro privado, o homem das massas, o cara do Facebbok, a família plim-plim da comunicação, os políticos canalhas, a massa pseudo-burguesa e os imbecis colonizados
A crítica não é em defesa de fundamentalistas, de comunistas, da Rússia de Putin ou qualquer outro segmento político, mas sim contra a política externa dos Estados Unidos, agora mais perversa chamada de “a nova ordem mundial”, com a mídia de manipulação de massa, “o consenso fabricado”.

Falo sobre a política das corporações, dos executivos, dos banqueiros, dos monopólios, do neoliberalismo que não respeita os direitos humanos, privatiza a educação, a saúde, comete crimes ambientais e a desigualdade econômica com uma péssima distribuição de rendas. A política externa dos EUA é tão equivocada e criminosa que recebe crítica até dos seus chefes militares como a do seu ex-chefe do Pentágono e ex-secretário de defesa Robert Gates, no seu livro “Duty” (O Dever), além dos maiores pensadores contemporâneos como Noam Chomsky, Edward Herman, Eric Hobsbawn, Antonio Negri, Michael Hardt  e tantos outros.

Tenho amigos americanos, gosto de um bom jazz e da arte americana, mas não acredito em um país que diz ser a maior democracia do mundo, com liberdade, justiça, onde seus cidadãos juram tolerância e respeito e seus políticos vergonhosamente espionam até os seus amigos e agem com o mundo (até com seus próprios cidadãos), com uma política perniciosa, canalha, que manipula, saqueia, tortura, financia ditadores, massacra civis inocentes em nome da liberdade. Pelo que vimos à única liberdade que a política americana tem nos mostrado é pela ganância sem limites.

Jaime Baghá  - Ceux que marchent contre lê vente”, sou dos que andam contra o vento, como os Omahas da família dos Sioux, verdadeiros americanos.

O Semeador, por que nos odeiam?



A COLONIZAÇÃO

A política na América Latina, no Brasil e principalmente em nossas regiões do interior, faz parte de uma região organizada para a dualidade, para o divorcio de suas partes, para ao ódio mútuo e a mútua ignorância. Mas só existindo juntos seremos capazes de descobrir o que podemos ser, contra uma tradição política que nos treinou para ser colonizado, para o medo, a resignação e a solidão, e a cada dia nos ensina a não gostar de nós mesmos, a cuspirmos no espelho, a copiar ao invés de criar.

Indignado contra este estado de traição financiado por grupos de empresários e políticos vende pátria, por um judiciário em conluio com o mesmo grupo e uma mídia comparsa dando cobertura, fazendo um exército de imbecis acreditarem numa cubanização, no perigo vermelho e outras babaquices, que, se não representasse um atraso monumental e o perigo do estado de exceção, seria uma hilária digna de uma opereta bufa da pior qualidade que muitas vezes já assistimos neste país, e poderemos assistir novamente.  Assim com a cumplicidade dos meios de informação e da elite vende pátria, eles contam a história ao seu jeito, persuadindo e cooptando um numeroso exército de neocolonizados, malos europeus y peores americanos, nos dizeres de Jose Artigas.
Jaime Baghá




AMÉRICA LATINA

Estava lendo um texto de Jorge Gaitán e resolvi mostrar aos meus amigos alguma coisa sobre a América Latina, uma entre tantas injustiças pelo qual tem passado o povo Latino Americano, sempre explorado, vilipendiado, roubado, assassinado e desdenhado pelos ricos senhores das armas e da oligarquia.

Estes fatos esta fazendo com que a América Latina coloque no poder homens identificados com o povo, com os indígenas e todos os nativos da América Latina. Esta  mudança faz (como sempre fez), com que o governante Latino que se preocupa com seu lado social, sejam ridicularizados pelo poder imperialista e tristemente acompanhados por uma parte do próprio povo Latino, que vê no próprio carrasco seu modelo de vida e cultura.

Bem sei que alguns governos sem aquela “elegância” europeia ao qual fomos doutrinados e ver, os fraques, os topes, protocolos e zumbaias ficam mais para bonachão do que um estadista, mas este é o preço por anos de sofrimento e exploração. É preferível ter um líder índio como Evo Morales ou um Hugo Chaves bonachão, atrevido, mas que não rouba seu povo, do que um almofadinha engomado, que vende sua alma e seu país ao diabo. Melhor ainda é ter um presidente como Jose Mujica.

Logicamente que o diabo tem muitas faces e com enorme poder, mídia e muita grana fazem reverter às cabeças de quem não tem um conhecimento mais aprofundado e histórico sobre as mazelas Latino-Americanas. Temos toda uma tradição  colonial, achando que o eurocentrismo e o imperialismo são as doutrinas corretas, que para ser bonito tem que ser branco, naquele arquétipo do como deve ser nossa "sociedade", nossos pseudo-burgueses adoram isso.

Não sou um nacionalista fissurado, tampouco vivo com bandeiras ideológicas, mas sei bem a história da América Latina, de Eduardo Galeano a Gabriel Garcia Marquez. A América Latina da Matança das Bananeiras. A mesma história sobre o presidente da Guatemala Jacobo Arbenz, que caiu pela mesma situação e por interesse da mesma empresa americana United Fruit Company, e olha que a United Fruit não é nada perto do poder que os grandes grupos têm hoje, além da mídia arrasadora e do conluio dos nossos velhacos, bons vivants que se ajoelham covardemente com seus joelhos  trêmulos perante o dominador.  Se vocês tiverem paciência, leiam "A guerra pela água na Bolívia", ou o clássico “As Veias Abertas da América Latina”, do Eduardo Galeano e vejam como a exploração nunca para, e isto tudo é muito pequeno diante dos milhares, das falcatruas, roubos, crimes e exploração pelo qual passou e passa o Brasil e toda a América Latina, com a benção de militares, governantes e  uma elite corrupta que parece desconhecer que todo explorado um dia se revolta, causando dor e minando a perspectiva de evolução, cultural, social e financeira de um povo e uma nação.
Jaime Baghá  - Um cara que tem orgulho e curte muito a cultura latino americana, seus cantores, seus poetas, seus escritores e seu povo.