domingo, 22 de junho de 2014

Jaime


ATITUDES

Uns falam!
Outros não sabem falar.
Uns calam!
Outros não querem calar.
Uns Pensam!
Outros não sabem pensar.
Uns pensam que sabem!
Outros querem monitorar.

Assim,
Uns e outros,
Ao seu jeito,
Castram!
Apontam defeito!
Criam à mordaça!
Mostram o desrespeito!

Mas se alguém!
Nenhum nem outro!
Mostra os opostos!
Nas políticas!
Tem livre expressão!
Teorias humanistas!
Contos e poesias?

Não governa!
Vira maldito,
Fica inviso.

Alguns cantam!
Outros vendem livros!
Uns ficam no desvio,
E morrem na sarjeta,
Como um cachorro vadio...

Os homens que eu vejo - Jaime Baghá


Operários - Tarsila do Amaral


IMPRESCINDÍVEIS E INÚTEIS

Os Homens com sensibilidade
não governam
alguns bradam
clamam e denunciam
são respeitados
morrem lutando
até ficam póstumos.

Outros se esvaem
como líquidos nos escoadouros
bêbados ou envenenados pela loucura
e buscam a dissolução.

Há os homens que amordaçam
Censuram, violam
destroem,  torturam
traem, vilipendiam
invadem e matam
geralmente são os que governam.

Os homens de Brecht e os demônios - Jaime Baghá .


A justiça no mundo


BERTHOLD BRECHT

"Que tempos são estes, em que é necessário defender o óbvio?
os alimentos são mordidos pelo fisco averiguar se são bons (...)
Perdeu-se a batalha, mas os capacetes foram pagos (...)
Homens que não sabem nem abaixar as calças governam impérios".
 — Azdak - Juiz - O círculo de giz caucasiano – peça de Brecht

"Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há homens que lutam por um ano, e são melhores;
Há homens que lutam por vários anos, e são muito bons;
Há outros que lutam durante toda a vida, esses são imprescindíveis".

"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contentes querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence".

"Só acredite no que os seus olhos vêem e seus ouvidos escutam. Não acredite nem no que os seus olhos vêem e seus ouvidos escutam./ E saiba que não acreditar ainda é acreditar".

"Que continuemos a nos omitir da política é tudo que os malfeitores da vida pública querem".

"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo". 

Brecht


domingo, 15 de junho de 2014



UM NOVO DISCURSO ECONÔMICO

Não sou economista e não entendo de economia, até acho chato um papo sobre o assunto, mas sou um bom observador do que acontece no mundo, e também um explorado pelo poder econômico. Estou sempre atento e sou um voraz leitor de política nacional e mundial, portanto, desde a crise de 2008 (e há muito tempo) venho observando com muita atenção como está o bem estar da humanidade, a desigualdade, a concentração de riquezas, o capitalismo financeiro cruel, com seus excessos e escândalos na distribuição das riquezas na mão de uma minoria com uma ganância imensurável, que ataca de todas as maneiras políticas, corruptas e desonestas para obter o lucro a qualquer custo. Se não houver controle fiscal, uma taxação sobre as grandes fortunas e heranças (a riqueza hereditária), caminharemos para o caos. 
Tomando conhecimento da recente publicação do livro “O Capital no século XXI” do professor na Escola de Economia de Paris Thomas Piketty, encontrei juntamente com a crítica racional de outros profissionais de renome na área, alguém que está dizendo que o rei está nu, sobre a disparidade econômica que os malandros de plantão nos impunham uma mordaça. 
Vejam o que fala Piketty: “Necessitamos de mais transparência democrática sobre as dinâmicas da riqueza, de modo que possamos ajustar as nossas instituições e políticas, ao que quer que seja que observemos”. Diz ainda que: “as tendências mais recentes sobre a desigualdade da riqueza é limitada, sobretudo em virtude do crescimento gigantesco em ativos financeiros transfronteiriços e na riqueza em paraísos fiscais”, e propõe uma política fiscal sobre a riqueza, informações, transparências, fontes de informações confiáveis sobre a dinâmica da riqueza. 
Diz para mim, caso você não seja é um especulador, não é exatamente isso que você pensa? Não precisa ser economista para ver toda a safadeza econômica do mundo, e veja bem, a publicação de Thomas Piketty não vem com um fundo político, sua tese foge da ortodoxia marxista, é acadêmico com números inegáveis, não é ideologia, é acadêmico puramente. 
Tem alguns comentários como do filósofo esloveno Slavoj Zizek, que elogia e chama de utópico, mas depois daquele fora sobre a Líbia e o Oriente Médio, não se pode confiar em tudo o que Zizek fala. Tem críticas evasivas de economistas das grandes corporações e publicações podres como da apócrifa e sem crédito revista Veja. Mas sem dúvida o livro é um best-seller, elogiado por especialistas, pelos maiores economistas do mundo e sacudiu o universo da economia mundial. 
Não vou me estender porque não sou um especialista, sou apenas mais um da classe trabalhadora roubado, que sofre com a especulação de banqueiros e executivos inescrupulosos que se tentava esconder debaixo do tapete (sob o controle da mídia), desviando qualquer assunto sobre as desigualdades sociais. Leiam melhores especialistas sobre esta questão e o próprio livro de Pickett. Afinal tu não sentes, mas há muito tempo tem gente colocando a mão no teu bolso, aquela mão invisível. 

Jaime Baghá.