domingo, 30 de setembro de 2012




ME ENTERREM COM A MINHA AR 15

A rajada volta a soar
como a onda da vida
Fica frio..É só mais um número-fantasma na área...
O urubu no esqueleto do leão
escapando da arena...
Quem atira é o pseudo-morto, meu irmão...
Maluco..Acabou a munição...Foda-se, continuo atirando...
Para cima...Beleza..é só isso...a fumaça
que sai do cano e sobe até as nuvens...
Laser no meu peito...Tá ligado..na seqüência..O coração..explode...
e estou livre da boca
que se abre pro mar...
Quer saber...Morrer não dói...
primeiro o tempo fica bem devagar...Tipo sonhando..
Aí vem um clarão...Você vê o Morro por todos os lados...
E então...


Marcelo Ariel – Um grande poeta da nova geração da poesia brasileira
Dizem que esta poesia era lida publicamente nas ruas do Egito durante os protestos que derrubaram o governo de Hosni Mubarak.