quinta-feira, 4 de novembro de 2010

CANÇÕES DE PROTESTO

As canções de protesto nascem da insatisfação individual ou coletiva em consequencia dos problemas dentro da sociedade, envolvendo principalmente questões políticas, religiosas e raciais.

Na segunda guerra, “Bella Ciao”, foi o hino da resistência italiana. Billie Holiday cantou “Strange Fruit” condenando o racismo americano sobre os linchamentos (negros enforcados em árvores), no sul dos Estados Unidos. Nina Simone cantou “Mississippi Goddamn”, um protesto contra o racismo, uma vergonha covarde que mancha a sociedade norte-americana.

“Revolution” dos Beatles e “We Love You” dos Rolling Stones pedia o fim das guerras e o desarmamento nuclear. “Sunday Bloody Sunday” do U2 é um desabafo e indignação contra a intolerância religiosa entre protestantes e católicos na Irlanda do Norte. “Imagine” é um hino pacifista de John Lennon, a música “Give Peace a Chance” de Lennon também pedia o fim da guerra do Vietnã.

Em 1969 tivemos o Festival de Woodstock, com Jimi Hendrix, Creedence, The Who e outros lendários, que soou como um pedido de paz e amor, liberdade para as atitudes, drogas e amor livre, estas posturas eram mais um movimento hippie do que político e o engajamento era mais ficção do que realidade. Um protesto dos bons da década de 60 foi a música “Blowin’ In The Wind”, que Bob Dylan e Joan Baez cantavam e fez ferver a terra do Tio Sam. Nos anos 70 surgiu o movimento Punk, com bandas como Ramones, Sex Pistols e The Clash, que faziam críticas a guerra fria, ao nacionalismo e a monarquia britânica. Na América Latina temos cantores famosos por suas canções de protesto, como Mercedes Sosa, Violeta Parra, Silvio Rodriguez e Victor Jara, este último um ícone da canção de protesto latino-americano e maior expressão da “Nova Canção Chilena”, uma de suas músicas mais famosa é “Te Recuerdo Amanda”. Victor Jara foi assassinado durante a ditatura no Chile pelo genocida Augusto Pinochet.

No Brasil, durante a repressão e a censura instauradas pelo regime militar, deram origem a movimentos musicais que viam na música uma forma de criticar o governo. Destaques para Chico Buarque, “Apesar de Você”, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Geraldo Vandré e outros. Em 1968 no III Festival Internacional de Cultura, em São Paulo, Geraldo Vandré cantou “Prá Não Dizer Que Não Falei de Flores”, junto com o quarteto Livre. A música ficou em segundo lugar no festival e tornou-se um hino da resistência contra a ditadura militar.

Na década de 80 a música “Geração Coca-Cola”, de Renato Russo e Legião Urbana foi uma resposta e uma indignação contra a soberania norte-americana sobre o Brasil e os demais países latino-americanos. Bem mais recente a banda americana Green Day, com a música “American Idiot”, manifesta a sua posição a presença militar dos EUA no Iraque.

As músicas de protesto hoje perderam lugar para o capitalismo musical. O pessoal até curte uma “causa”, mas não se comprometem, isto fica para alguns mais fortes que não se assustam com a reação do público, este grande público globalizado e ligado pela internet, que tem uma ligação em sua maioria com modismos, fofocas e de aparecer a qualquer custo, mostram-se pouco preocupados aos problemas do mundo e mesmo ligados a tanta informação vão mostrando que as manifestações e atitudes capazes de mudar uma geração é mesmo coisa para poucos. Jaime.







Link de mais vídeos referente ao texto:

Bella Ciao

Strange Fruit – Billie Holiday

Mississippi Goddamn – Nina Simone

Blowin’ In The Wind – Bob Dylan

Te Recuerdo Amanda – Victor Jara

Mi Unicornio Azul – Silvio Rodriguez

Revolution – The Beatles

Imagine – John Lennon

Give Peace a Chance – John Lennon

Sunday Bloody Sunday – U2

God Save The Queen - Sex Pistols

Angie – Rolling Stones

Apesar de Você – Chico Buarque

O Que Será – Milton Nascimento & Chico Buarque

Vai Passar – Chico Buarque

Canção da América – Milton Nascimento

Clash City Rockers – The Clash

Não Chore Mais (No Woman, No Cry) Gilberto Gil

Se Eu Quiser Falar Com Deus – Gilberto Gil

Todo Cambia – Mercedes Sosa

Coração Vagabundo – Caetano Veloso

American Idiot – Green Day

Volver a Los Diecisiete – Mercedes Sosa e Milton Nascimento

Mi Unicornio Azul – Silvio Rodriguez

Geração Coca-Cola – Legião Urbana