Os dias em que passamos nas montanhas, são os dias em que realmente vivemos. Quando as cabeças se limpam das teias de aranha e o sangue corre com força pelas veias. Quando os cinco sentidos cobram vitalidade e o ser mais completo se torna mais sensível. Então se pode ouvir as vozes da natureza e ver as belezas ao alcance dos mais ousados.
quarta-feira, 31 de janeiro de 2024
Os dias em que passamos nas montanhas, são os dias em que realmente vivemos. Quando as cabeças se limpam das teias de aranha e o sangue corre com força pelas veias. Quando os cinco sentidos cobram vitalidade e o ser mais completo se torna mais sensível. Então se pode ouvir as vozes da natureza e ver as belezas ao alcance dos mais ousados.
quinta-feira, 21 de dezembro de 2023
quarta-feira, 6 de dezembro de 2023
LIMITE
Livra-te da condição humana
Do teu semelhante danado
Que por ganância engana
Do amor que foi negado
Da incompreensão que te
profana.
Acabe com teu tormento
Procure a tua droga
Com a classe dos perdidos
Ao som da ópera majestosa
Dissolva teus elementos
Não chore sozinho poeta
Tenha a grande solução
Termine teu sofrimento
Acabe com tua dor
Use a dissolução
Tua alma vai ao nada
Como tua vida mutilada
Tua amargura latente
Tendo como escora as palavras
E paraísos inexistentes.
Vá para o céu ou inferno
Para o corredor dos
desesperados
Ou para o nada eterno
Mas, livra-te do que te dana
Da podre condição humana.
O inferno do outro. – Jaime
outono 2005
DOUS
Tenho duas vidas
Uma é o acaso
A outra
Entre os labirintos das
palavras.
terça-feira, 21 de novembro de 2023
terça-feira, 14 de novembro de 2023
O MEU VALIOSO TEMPO
Tenho tantos escritos
Tantas anotações
Poemas, motes
Inspirações
Que vivo perdido
Entre textos e noções
Tenho sempre algo
inacabado
Agendas lotadas
Cadernos rabiscados
Poesias incompletas
Caixas abarrotadas
Tenho papeis por toda a parte
Encima dos armários
Nas escrivaninhas
Nos bolsos
Em lugares estranhos
Nos cantos
Em baús
De todos os tamanhos
Tenho pensamentos
Incertezas
Metáforas
Clarezas
Absurdos
Acertos e Enganos
Tenho escritos nos
guardanapos
Caixa de Cigarro
Papeluchos e trapos
Papel de pão
Papel de embrulho
Tudo é usado para a
inspiração
Tenho anotações
Em caixas de remédio
Papeis de chocolate
Capas de filme
Blocos ao lado da cama
Além do meu moleskine
Tenho diversos lápis
Canetas distintas
Sheaffer, Parker
Esferográficas e tintas
Bic, Pentel e Cross
De aprendizes a
professores
Só não tenho a Mont Blanc
Personalizada dos
escritores
Tenho inspiração
Devaneios e chistes
Sempre uma anotação
Escritos inacabados
Poemas sem fins
Nos bolsos amarrotados
Indiferente ao meu final
A morte em meio a loucura
Dos meus papéis
rabiscados.
Jaime Bahá - - A loucura que me faz viver.
sexta-feira, 10 de novembro de 2023
quinta-feira, 26 de outubro de 2023
Morte
Serei breve
Como cabe a um moribundo
Pois minha alma leve
Tem ânsias de ganhar o outro mundo
Aos amigos mais chegados
Deixo um pedido à toa
E não se trata ó bastardos
De consolar minha patroa.
Antes que este fio de luz se vá
E eu me perca na noite profunda
Enxotem o padre a golpes de pá
E as carpideiras com chutes na bunda.
Depois hidromel
Vinho doce
Agua e farinha branca
Com isso partirei fluidoflamante feliz
Passarei a eternidade
A comer margaridas pela raiz.
Poesia de velho - Jaime Baghá
sábado, 30 de setembro de 2023
SOLIDÃO
As vezes é difícil viver na penumbra
Em meio à anomia provinciana
Fica uma viagem maluca
Sonhando o lúdico
Em meio aos personagens
surdos
Em derrisão
Imbecis de hilárias
bisbilhoteiras
Rindo da própria estupidez
Das piadas da elite retrógada
Da falta de lucidez.
As vezes não é fácil viver mudo
Solitário
Lendo “Poema Sujo”
Sem ter alguém para comentar
Sair para as ruas
Sem ter alguém para ouvir
Sem ninguém para falar
Às vezes é difícil viver a erudição
Em meio a pouca educação
Inclusive dos mais próximos
Que vivem do ócio
Alguns infernais
Toscos de feridas expostas
De agressivas respostas
E a mente vazia
Sem estro
Sem vida
Sem sonhos
E poesia.
Como dizia Mario de Andrade, “Eu insulto o burguês funesto”. Jaime
domingo, 10 de setembro de 2023
Anarquista
domingo, 13 de agosto de 2023
DEPRESSO
Eu vejo o mundo
Com olhos de poeta
Os sonhos
Os anseios
O que lhe afeta.
Conheço sua afasia
Seu medo
O olhar atrevido
O bom
O bandido
A inocência
O tolo
O pueril.
O ser de falsos amores
Sua pose cariátide
Seus temores
Suores
Tremores.
Eu vejo seu olhar
Perdido no nada
Taciturno
Alhures
Seu salva-vidas de agarro
Seu ópio
Seu cigarro.
Eu conto o teu nada
E sei que teu amor
Não sabe o amor
E olho teus olhos
De mágoas
De dor
Que você disfarça
Num sorriso suave
Um tanto sem graça.
Eu vejo tua alma
Transparecer nos teus
olhos
Lôbregos
Tão tristes
Caminhar cabisbaixo
Na vaidade de ornatos
Como se nada existe.
Eu vejo a leve impressão
De timidez e brandura
Frágil
Forte
Bacante
Insegura.
Eu vejo teus dias
Fazer-se escassos
Das alegres euforias
E conheço os estágios
De risos
Loucuras
Pesadelos e sonhos
Liberdade
Clausura
Enxergo o óbvio
Não sou profeta
E mostro o oculto
O teu oculto
Porque sou poeta.
Sentada na porta, na
soleira
No fim do dia
Ares de melancolia
Artelhos, joelhos
Debruçada
E os olhos verdes
Perdidos no nada...
A minha amiga que vive em
eternas melancolias. Jaime Baghá
terça-feira, 18 de julho de 2023
sábado, 15 de julho de 2023
VAZIO
Sabem o porquê tantas
perguntas
Sabe o porquê a falta de
respostas
Porque sou eu
Sou eu o homem
O pensador inquieto
O que foi dado à dádiva de
pensar.
Sou eu que faço mil perguntas
interiores
Sou eu nesta agonia
De procuras incansáveis.
Sou eu o homem
Certo e louco
Sou eu que não define
Não sei tal ou qual.
Sou eu o ser
Como todos os seres
Só uma interrogação.
Sou eu o pesquisador de mim
Sou eu o amaldiçoado
Por pensar sem resolver
Sou eu cercado por matérias
Mistérios e Deuses.
Sou eu o que pensa
Sou eu o que delira
Sou eu que procuro
E sou eu que sofro
E morre sem nada descobrir
Só míseros passos científicos
E nada mais, nada mais...
Eu o melhor, que vem a ser nada. Jaime Bagá
segunda-feira, 10 de julho de 2023
SOLIDÃO
Em meio à anomia provinciana
Fica uma viagem maluca
Sonhando o lúdico
Em meio aos personagens
surdos
Em derrisão
Imbecis de hilárias
bisbilhoteiras
Rindo da própria estupidez
Das piadas da elite retrógada
Da falta de lucidez.
As vezes não é fácil viver mudo
Solitário
Lendo “Poema Sujo”
Sem ter alguém para comentar
Sair para as ruas
Sem ter alguém para ouvir
Sem ninguém para falar
Às vezes é difícil viver a erudição
Em meio a pouca educação
Inclusive dos mais próximos
Que vivem do ócio
Alguns infernais
Toscos de feridas expostas
De agressivas respostas
E a mente vazia
Sem estro
Sem vida
Sem sonhos
E poesia.
Como dizia
Mario de Andrade, “Eu insulto o burguês
funesto”.
Jaime
sexta-feira, 7 de julho de 2023
TACITURNO
Quantas linhas por escrever
Serão quantos os versos
Para explicar meu universo.
Vou aproveitar esta sorte
De poesias e motes
Este gosto da escrita
Até próximo da morte.
Quero decifrar o ser
Mesmo sem nada saber
Se não acertar as mensagens
Quero marcar a passagem.
Mesmo na tese certeira
De nunca cruzar a fronteira
Falar, conta
Viver, estar
Certo ou incerto
Louco ou incoerente
Ler, escrever, entender
Para mim o suficiente.
A sina - Jaime Baghá
sábado, 1 de julho de 2023
O MENINO E
A DITADURA
Eu também não sabia bem o que estava ocorrendo,
só via os jatos dando voos rasantes e de maneira muito intensa, o
colégio que eu estudava ficava nos fundos do campo de pouso
da aeronáutica, Colégio Agrícola Daniel de Oliveira Paiva (CADOP)
e tínhamos um grêmio estudantil, com um presidente chamado Paulo Guedes.
Paulo tinha uma liderança muito forte, com ele aprendemos a ver com outra ótica
as questões políticas, e começamos a entender o que estava acontecendo.
De uma maneira pueril entendíamos que os
militares eram os malvados e os perseguidos os mocinhos. Com toda esta
carga de irracionalidade dos militares eu só não entrei para nenhum grupo contrário
porque não tinha conhecidos muito atuantes, era um menino e
nossa contestação se reduzia a um pequeno grupo de amigos que faziam parte
do teatro amador.
Num belo dia, próximo das férias, chegaram
os militares no colégio para falar sobre nosso alistamento, foi a gota d'água,
demos uma violenta vaia no tenente e dissemos que não queríamos armas e nem
aprender a torturar e matar estudantes, a coisa ficou preta, este tenente
arregalou os olhos, deu uma violenta descompostura na turma e no meu caso
especial por ser o metido, disse que ia me pegar, ameaçou outros da mesma
maneira e foi novamente vaiado. O alistamento não terminou em detenção porque
éramos menores, mas deixamos o diretor em maus lençóis e o Paulo
Guedes do Grêmio Estudantil sumiu por um tempo. A situação ficou tão horrível
que não ganhamos nossa carteira, a famosa terceira que dava dispensa de
servir as forças armadas. Não pude jurar a bandeira (se o tenente me visse estava
ferrado), meu pai me enviou para umas férias na casa do vô João em Santa
Catarina. O meu avô Chico (parte de mãe) que era muito político, conseguiu a
minha famosa terceira com o Deputado Brusa Netto de Porto Alegre, e eu sempre
de olho, durante muito tempo me cuidando
do tal tenente.
Bem a
pouco tempo tive noticias que o Paulo Guedes morreu, trabalhou numa
multinacional, político e prefeito de
um município do interior do Rio Grande do Sul. Eu me transformei
num leitor dos escritores marxistas, história, filosofia e sociologia, aprendi
que um não pode comer e o outro ficar olhando, entendi a ver melhor que a
transformação da sociedade só poderá acontecer e se caracterizar
pela ideia através da distribuição equilibrada de
riquezas e propriedades, diminuindo a distância entre ricos e pobres. Encontrei
o pessoal da esquerda festiva (como dizia o Lacerda) e nunca mais fui o mesmo e
se alguma coisa valeu na minha vida foi esta transformação, que me ensinou a
gostar de poesias, arte, músicas de qualidade, sensibilidade e mais humano,
"demasiado humano" como dizia Nietszche. Sds. Jaime
quarta-feira, 28 de junho de 2023
O TEMPO PERDIDO
Familiarmente passa
Cinicamente passa.
O operário deixa sua casa
Sem se esquecer de sua
cadeira
Que não é a cadeira de Van
Gogh.
O tempo ri
Ri dos homens que olham
Olham sem entender que o
tempo passa
Passa rápido como um trem
rápido
Ou lento como um enterro
lento
E todos olham compungidos
para a matéria inerte
Que ontem homem
Hoje nada
Passa sem tempo
Sem nunca mais ter tempo
de olhar
O tempo que lhe roubaram.
E no canto de um bar
Um homem triste
Canta uma velha canção
triste
Tristemente.
Não há dano semelhante ao
do tempo perdido.
quarta-feira, 21 de junho de 2023
EU E VOCÊ
Você gosta
do Ronaldo Caiado, eu do Pedro Stédile
Você gosta
daquele bispo dos milagres, eu gosto de Leonardo Boff
Você gosta
do Pinochet, eu gosto do Allende
Você gosta
do Botha, eu do Mandela
Você gosta
Bush, eu do Fidel
Você gosta
do Vargas Losa, eu do Gabriel Garcia Marquez
Você gosta
do Kennedy, eu do Che Guevara
Você gosta
do General Custer, eu de Simon Bolívar
Você gosta
do Thomas Edison, eu do Nicola Tesla
Você gosta
do Pizarro, eu do Atahualpa Yupanqui
Você gosta
do Avigdor Lieberman, eu gosto do Ilan Pappé
Você gosta
do Churchill, eu gosto do Ghandi
Você gosta do John Wayne, eu do Grande Otelo
Você gosta
do Costa e Silva, eu do Brizola
Você gosta
do Reagan, eu do Mitterrand
Você gosta de
sertanejo, eu de moda de viola
Você gosta
de funk, eu de Jazz
Você gosta
do Olavo de Carvalho, eu do Ferreira Gullar
Você gosta
do Stalin, eu do Sergei Prokofiev
Você gosta
do General Franco, eu do Garcia Lorca
Você gosta
dos dogmas, eu do Nietzsche
Você gosta
da mão invisível, eu da Mais Valia
Você gosta
do Salieri, eu de Mozart
Você gosta
do Rupert Murdoch, eu do Jean
Baudrillard
Você gosta
da América do Norte, eu da América Latina
Você é
capitalista, eu socialista
Você gosta
da Usina Belo Monte, eu dos Índios do Xingú
Você gosta
de Caras, eu de Caros Amigos.
Você gosta
da Veja, eu da “Cult”
Você gosta
do Roberto Campos, eu do Darcy Ribeiro
Você gosta
do Mickey, eu do Chico Bento
Você gosta
da Wanessa Camargo, eu da Vanessa da Mata
Você gosta
do Billy Graham, eu do Mather Luther king
Você gosta
do Dale Carnegie, eu gosto do Bukowski
Você gosta
do PAN ou do PRI mexicano, eu gosto do Subcomandante Marcos
Você gosta
do Blacwater, eu do Sea Shepherd
Sou Gauche,esquerda,
incompatível, deslocado e sempre na contramão dos “homens de bem”..
Jaime Baghá
quinta-feira, 15 de junho de 2023
Perdida
Nada
para cobrar
Apenas
vejo
O
teu pecado
Na
face
Estampado.
Nada
a comentar
Apenas
vejo
A
tua culpa
Cabisbaixo
Com
falta de postura
Em
desnorteio
No
desvio do olhar.
Nada
a reclamar
Apenas
vejo
O
teu desconforto
Desilusões
E
teu amor
Tão
morto.
Nada
a temer
Apenas
vejo
Tua
fuga em si
E
vejo a tua vida
Um
alegre zumbi.
Nada
a apreciar
Apenas
vejo
Tua
pouca arte
De
momentos tristes
Disfarçados
de feliz
Sublimando
emoções.
Nada
a oferecer
Eu
vejo você
Taciturna,
apreensiva
Sem
me ver.
Nada
a fazer
Eu
vejo você
Um
ser
Sem
ser
No
material se perder
No
eufemismo do ter.
Nada
dizer
Eu
vejo você
Sem
sonhos
Apenas
um ser
Enfadonho.
Nada
a...
Nada!
Para
você que nunca encontrou um caminho.
– Jaime
Baghá
sábado, 3 de junho de 2023
PRECISAMOS PENSAR;
O pessimismo de
Schopenhauer, o paraíso perdido do poético, do inútil, do lúdico, do dionisíaco
de Michel Foucault, o olimpo asséptico do anti-humanista Heidegger, a crítica
artística das relações humanas de Bertolt Brecht, Antonio Gramsci, o
apóstolo da emancipação das massas, o existencialismo de Jean Paul Sartre, o pensamento do filósofo e sociólogo Noam
Chomsky. a aristocracia estética e o repugno do homem do dia-a-dia de
Nietzsche. As interações humanas da Pós Modernidade de Zygmunt Bauman, a visão
do Brasil do sociólogo e professor Jessé Souza. A utopia de uma harmonia total e perpétua de
Carl Marx e tantos outros pensadores é o suprassumo do ensinamento e a espera
de outros filósofos e pensadores que tentem na mudança do futuro do homem e do
planeta é a única saída para um novo mundo. Precisamos pensar para que os
canalhas não pensem por nós. Jaime Baghá
quinta-feira, 25 de maio de 2023
O ATRASO DOS GOLPISTAS
Foi necessário o mais rápido possível remover essas figuras patéticas, com sua incompetência, desonestidade, grossura, de braços dados com milicianos e mergulhados em falcatruas que foi gestado por uma elite obcecada em derrotar a esquerda a qualquer custo e implantar seu modelo de capitalismo predatório e irresponsável junto com militares sem caráter, em torno de um demente buscando vantagens e poder. O que importava era as vantagens, o lucro, o ganho indiferente ou hostil a tudo que é coletivo ou compartilhado com a democracia, a saúde pública e a cultura.
Desenho, Trump e Bolsonaro
Jaime Baghá
Parte inferior do
formulário